Pois bem, a vida faz-nos estas surpresas e nós achamos que sabemos sempre tudo e que os outros estão errados. Desta vez eu estava errada.
Vivia como se tivesse alugado uma casa, mobilada com a agravante de a dona morar connosco.

Não conseguia estar um minuto sozinha com o meu marido sem que ela viesse com qualquer coisa para fazer ou dizer.
Claro que a situação era muito confortável para ela, pois continuava a ter a sua casa, as suas coisas, sem pagar um tostão pelo que quer que fosse.
Quando eu conto determinadas coisas a amigas minhas, algumas não querem acreditar porque ela afinal é mãe.

Sim é mãe, mas tem sido uma mãe oportunista. Não me deixava fazer comer, quando eu comprava alguma coisa lá para casa, dizia sempre que eu não deveria ter comprado, porque ela tinha as coisas dela. Foram tempos muito complicados em que eu não podia nem conseguia fazer nada lá em casa.
Pois bem, imaginem como era a casa. A casa foi habitada pela avó do meu marido em 1952.
Ela, na altura mobilou a casa com mobílias que trouxe de Angola, Índia, Congo...
Quando ela morreu a minha sogra ficou com a casa e com algumas mobílias da sogra, e ainda juntou as mobílias que ela, a sra. minha sogra, trouxe de África. Resumindo, parecia que estava a entrar no museu de Arte Antiga, neste caso Arte Velha.
Mas para eles era tudo lindo. Nunca consegui arranjar espaço para arrumar as minhas coisas. Como? Impossível, por muito grande que a casa seja, não dá para tudo.
Só a minha sala de estar tem três móveis de parede, três sofás, três mesas de apoio e uma para a televisão.
Tudo o que eu tinha pedido para ser alterado, foi "aprovado" no inicio mas depois de estarmos instalados voltou com a palavra a trás. É típico dela.
Acreditem que eu nunca convidei amigos meus para ir a minha casa. Esse é o meu grande recalcamento. Nunca tive uma casa confortável em que apetecesse estar a conviver com os amigos e com a família. A minha avó entrou pela 1ª vez em minha casa no Natal de 2006.
O tempo foi passando, e com isso as discussões com o meu marido aumentando. Ela sempre fingiu que não percebia a razão das nossas discussões.
Até que em 2002 o meu filhote nasceu.
sinto-me: Aliviada.